Por Alexia Road
“Quando o carismático, mas sem sorte, Stanton Carlisle se torna querido para a vidente Zeena e o seu marido mentalista Pete numa feira itinerante, ele ganha um bilhete dourado para o sucesso, usando o conhecimento adquirido com eles para ludibriar a elite rica da sociedade de Nova Iorque dos anos 1940. Com a virtuosa Molly lealmente ao seu lado, Stanton planeia enganar um magnata perigoso com a ajuda de uma psiquiatra misteriosa que pode vir a ser sua melhor adversária.”
O Beco do Pesadelo já se mostra desde o início um suspense psicológico, onde nem tudo é o que parece ser.
Ambientado em um parque de diversões no estilo circo dos horrores em pleno século 20, Staton Carlisle (Bradley Cooper), é um homem que parece completamente perdido, mas logo mostra sua apreciação pelo bizarro e pela falta de sensibilidade ética.
Staton é ambicioso e malandro. Conforme trabalha no circo, conhece pessoas enigmáticas com histórias do passado regadas a mágoas, tristezas e arrependimentos. Mas também percebe o quanto pode aprender.
Aos poucos, ao lado de um mentor inesperado, desenvolve habilidades peculiares de manipulação e ilusionismo disfarçado de mentalismo.
A partir de suas escapadas e resoluções recheadas de enrolações, desperta a apreciação romântica de Molly (Rooney Mara), juntos os dois embarcam pra Nova York, afim de se apresentar para a elite da sociedade. Seus shows são badalados e já convicto de sua superioridade, Staton crê que ninguém jamais o desmoralizaria.
E neste momento Lilith Ritther (Cate Blanchett) entra na narrativa como uma psiquiatra intrigante, conflituosa e convidativa. Stanton logo a vê como uma oportunidade de ganhar ainda mais dinheiro com suas “adivinhações”.
Mesmo sendo alertado constantemente para não seguir um caminho perigoso, Stanton acredita ser capaz de fazer qualquer um dobrar-se as suas mentiras e manipulações.
Del Toro nos traz uma fotografia melancólica e acontecimentos inesperados, o que não foge de sua marca (como por exemplo em O labirinto do Fauno).
O beco do pesadelo está longe de ser um filme de terror como alguns esperavam. Sua narrativa traz a vivacidade de sentimentos humanos de maneira crua e um tanto perturbadora.
Não há como desgrudar os olhos da tela ou se distrair na narrativa, pois a todo momento é esperado que algo interessante aconteça. Vemos incrédulos o quanto a ambição pode ser uma montanha russa; hora positiva, hora negativa e até onde um homem seria capaz para conquistar aquilo que almeja.
A atuação de Bradley se destaca. Forte, entregue e emocional. E as cenas deixam a reflexão: Ética, escrúpulos, conceitos… Qual é o preço a se pagar por essas coisas? Quantos limites abandonaríamos para conquistar sempre mais?
27 de janeiro nos cinemas.
Estrelado por Bradley Cooper, Cate Blanchett, Toni Collette, Willem Dafoe, Richard Jenkins, Rooney Mara, Ron Perlman, Mary Steenburgen e David Strathairn, o filme é dirigido pelo vencedor do Oscar®️ Guillermo del Toro, escrita por Guillermo del Toro e Kim Morgan e produzida por Guillermo del Toro e J. Miles Dale.