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Quadrada

É… Sou assim: “quadradinha”… Já fui saidinha, moderninha e até safadinha, mas hoje sou mesmo é quadrada! Gosto de educação, de boas maneiras. Sou fã de comida saudável e aprendi a cuidar do meu corpo como meu “santuário”. Sinto falta dos amigos verdadeiros, das coisas simples da vida. Valorizo a família, priorizo o sonho dos meus filhos. Não quero mais ser bem sucedida, quero notas altas para as crianças no fim do período.

Hoje sou contra a legalização da maconha, e andar de moto deixou de ser sinônimo de aventura e passou a significar risco. Tenho novos amigos que são o triglicerídio, o colesterol e a insulina. Me arrisco a penetrar no incrível mundo da leitura e tenho (muito) interesse em saber o que se passa no mundo, além da novelinha da noite…

Passei a me interessar pelos aniversários dos filhos dos meus amigos, depois que descobri o quão importante é essa lembrança. E, junto com as alegrias de tantas descobertas, vieram também novos companheiros de noitada: a culpa e o remorso. Mas uma notícia boa, de que um dos “meus” ganhou ou realizou algo, já é motivo para mudar a canção na rádio do carro…

E a “caretice” me rendeu, ainda, outras maravilhosas dádivas, como a “deseducação” para declinar firme e secamente de convites indecentes ou cantadas de mau gosto. O singelo sorriso de antes, da menina encantadora, hoje dá  espaço para o olhar sério da mulher “quadrada”, que exige que o seu bom dia seja derivado em tom bem alto. E que o seu boa noite seja entre gemidos e sussurros… (mas só nas sextas e sábados porque durante a semana acordo cedo!)

Fui! (tomar uma cervejinha porque além de quadrada também sou filha de Deus!)

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    Gosto bastante dos seus textos, no “quadradinha” nota se bastante a mudanca na sua vida após a maternidade. Pergunto: se vc nao tivesse se tornado mae, hoje, vc mesmo assim acredita que teria de tornado “quadradinha”?

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      Oi Graziela! Obrigada por acompanhar as crônicas da Maria Scarlet! Eu, Cris Coelho, a autora, acredito que sim, teria me tornado “quadradinha”, mesmo sem meus filhos (que nitidamente foram o meu maior motivo de mudança). Isso porque na vida acontecem fatos que nos marcam e nos mudam… Eu me casei, passei por várias coisas difíceis, como falta de grana, ex-mulher me “atazanando” com meus enteados, mudança para outro país (Chile) em que nem o espanhol eu falava, suicídio de uma tia muito amada… É um “mosaico” de emoções e sentimentos. Nos tornamos mais fortes e, ao mesmo tempo mais frágeis para as coisas que requerem mais sensibilidade…Enfim, acho que ser mãe é divino e maravilhoso, mas é uma parte do nosso crescimento como seres humanos, nessa caminhada da vida em que nos deparamos com obstáculos que nos ajudam a crescer e a evoluir. Beijo grande… “Fui!”

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    Criiis, tudo bom?
    Tambem curto muito seus textos.
    Voce se tornou uma mulher muito bacana viu?
    Me indentifiquei com varios pontos, gosto de educacao, boas maneiras, valorizo a familia, gosto dos livros alem da novela, de saber o que se passa no mundo (mas sou a favor da legalizacao e quero ser bem sucedida)
    Mas acredite se quiser nao me acho “quadrada”. Sou muito livre e tenho uma visao muito autentica sobre as outras pessoas para este termo. Acho que voce esta falando mais de uma vida mais familia, mais caseira nao? Acabou usando uma palavra negativa para valores super importantes que andam meio esquecidos.
    bjokas

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      Oi Moni! Vc também se tornou um mulherão!!!Tenho muito orgulho de vc, mãezona, guerreira… Com relação ao texto, quando uso o termo “quadrada” não é no sentido pejorativo, mas tentando justamente resgatar o conceito de que o “antiquado” não é cafona, fora de “moda”, é super bacana quando se tem uma certa maturidade, quando as coisas passam a ter outro peso, outra medida com a idade. Coisas que muitas vezes nós, quando jovens dávamos valor já mudam de contexto quando estamos de um outro “lado da mesa”. O exemplo da moto: eu mesma andei muito de moto com meus namorados antigos, mas hoje morro de medo de ver um filho meu de moto… Antes associava a liberdade, hoje associo a preocupação. Isso é “caretice”, eu sei… Mas é o que muitas vezes a idade nos dá (rs)… E “quadrada” é justamente nesse sentido de quanto mais velhos, mais “enquadrados” no conceito “straight” que recebemos como educação quando crianças… Bj enorme.

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